Thursday, April 19, 2007

Changing nothing



Mudar... será que alguém tem realmente a capacidade de mudar? Ninguém muda da noite para o dia. As mudanças requerem alterações e repercussões profundas na nossa vida e na do que nos rodeiam. Contudo, quando nascemos somos uma página em branco, um livro por escrever, uma vida por viver, um ser humano a ser moldado. A verdade é que quando nascemos ainda temos um carácter por definir, uma personalidade a ser criada. Temos o poder de sermos quem queremos ser. Por outro lado, não teremos este poder durante toda a vida? Os primeiros anos da nossa vida são cruciais para definir o nosso caracter. Ganhamos traços que nos acompanharão até ao fim da nossa vida. O problema é que há nascença não escolhemos quem queremos ser. Ninguém nos mostra um catálogo de personalidades. Do nosso inconsciente somado com a educação que nos conferem irão resultar o Eu actual. Não temos culpa da educação que temos e nem do nosso inconsciente, pois herdamos os traços dos nossos progenitores e aprendemos com eles (ou com alguém próximo de nós). Somos o que somos porque assim nos criaram. Mas se não estivermos satisfeitos com a maneira como somos? Será que conseguimos verdadeiramente mudar? O ser humano não é nenhum animal com capacidade de mutação instantânea. O processo de mutação demora semanas, meses ou anos, pode sté nunca acontecer. Muitas etapas terão de ser superadas, muitas lutas travadas, um dia vivido de cada vez, tentando iniciar um novo ser humano, no fundo tentando renascer. É isto mesmo que queremos: Renascer, ter a capacidade de mudar, de ser alguém diferente, de desenvolver um sentido camaleónico. Surgir das entranhas da vida e respirar de novo, poder olhar de frente para o espelho e gostar de nós... ser diferente, ser melhor, ser como queremos e como a sociedade o deseja. Para isso, não vale a pena mudar. Além do mais quando mudamos o envolcro pode tornar-se diferente, mas o conteúdo permanece. No fundo ninguém consegue mudar, e os que mudam tornam-se infelizes. Somos como somos e temos de aceitá-lo. Eu aceito-me e gosto de mim. Por mais represálias que receba, por mais incompreendida que seja, não vou mudar, porque sou assim, sempre fui e sempre serei. Já fiz mudanças superficiais, isso sim, pois também evoluo, mas no fundo serei sempre aquela criança sonhadora que vive no seu próprio mundo pequeno e minúsculo...

1 comment:

UnfinishedSong said...

Eu penso nisso, às vezes. Neste momento, sou + a favor da teoria: A mudança faz parte da evolução. As pessoas mudam, mesmo que parcialmente... mas mudam... Porque o ambiente que as rodeia muda, as suas concepções de vida vão evoluindo, também. Mas, é claro que o Eu base está sempre lá. Simplesmente, há coisas que desde que seja pra melhor devem vir ao de cima, devem manifestar-se, desenvolver-se... Também as características negativas se vão acentuando, por vezes... Há acontecimentos na vida que nos transformam. São poucos mas acontecem. Por isso, não sei se ninguém muda... Não sei mesmo se as pessoas mudam ou não. Será que se camuflam de acordo com as vivências que vão experimentando? Ou será que as vivências são mais fortes que a pessoa e a alteram? Talvez a mudança exista mesmo...

** Jerry