Wednesday, March 28, 2007

Tudo o que tem um início tem um fim...




Nada dura para sempre... Tudo é efémero, momentâneo, finito, corruptível... Uma frase tem de ter um ponto final, uma inspiração acaba com a expiração, o nascimento perde o sentido após a morte, uma amizade, um amor, uma emoção acabam por desaparecer ou simplesmente por se quebrarem. Tudo é finito, tudo pertence a um ciclo de vivências que se repete a cada nanosegundo, isto claro sem nos apercebermos. Talvez a única coisa infinita seja esse ciclo, pois acontece constantemente desde o ínicio da existência. No entanto, esse ciclo renova-se, ou seja, deixa de ser o mesmo, logo podemos considerar que cada ciclo em si é finito. O que surge posteriormente é um novo ciclo, diferente. A própria diferença justifica a finitude das coisas. Uma vida acaba, surge uma nova mas não é a mesma. Uma amizade acaba, faz-se outra mas não é a mesma. É impossível reviver o passado, por isso é que há medida que o tempo passa as coisas mudam, deparamo-nos com novas situações, ao mesmo tempo que umas acabam outras começam. Estamos em constante mutação, acompanhamos a evolução temporal, tentamos ganhar tempo ao tempo, tal como a terra tenta ganhar terreno ao mar, mas a sucessão dos acontecimentos é inalterável. Podemos manipular o tempo, mas não podemos tornar algo infinito. Dizem que as coisas finitas são as que dão mais prazer, mas o próprio prazer é efémero. Estamos assim destinados a um ciclo infinito de finitudes. Perdas, ganhos, desilusões, ilusões, descobertas, segredos, novidades, mitos, lágrimas, sorrisos, infelicidades, felicidades, ódio, amor, tudo, nada...temos de viver com eles. Perante uma perda, há que substituí-la e seguir em frente, mas nada de ilusões, porque tudo o que tem um início tem um fim, nem que seja a morte. O que importa é que aconteceu...

Raízes não esquecidas


Sinto falta das minhas raízes…
Do local onde a semente germinou,
Da floresta colorida por matizes,
Mas a árvore secou…
Secou tal como minha alma
Se deturpou entre a poluição citadina;
Meu olhar murchou
E meu crescimento estagnou.
Perdi minha vertente feminina.
Sou tal e qual uma amputação
Mal conseguida.
No papel sou uma dissertação
Sofrida…
Sinto falta do meu lar,
Daquele que nunca tive,
Sou nómada de espírito,
Não consigo parar nem pensar,
Pois de imediato sou assolada
Por uma onda de saudade,
Por um aperto doloroso
Provocado pelo vazio de meu ser,
Por não saber o que é um abraço caloroso,
Fotografias não são almas
São apenas imagens que dói de ver.
Não posso ficar parada
Senão choro, berro e grito,
Perco toda a calma
Penso em tudo o que vivi e que não sofri,
Pois de certo não serei um protótipo da infelicidade;
Contudo sinto-me só, uma podridão de sentimentos,
Apenas uma sobrevivente da promiscuidade
Da industrializada e tecnológica civilização.
Sou apenas uma sombra que persegue não a si própria,
Mas àqueles que a criaram.
Perseguindo uma lápide e um ser distante,
Assim passo eu os momentos
Mais importantes da minha suposta vivência
Que não é mais do que uma ilusão
Querendo parecer uma ideia sóbria,
Quando na verdade é uma irrealidade desconcertante,
Pois eu fiquei e eles partiram…
Que vivência posso ter eu, assim, amargurada?
Nenhuma…
Ou talvez alguma,
Pois enquanto o ser respirar
Uma réstia de esperança existirá.
Por aqui não vou ficar!
Não importa o que dizem, pois para mim
O que é túmulo foi vida e teve experiência;
O que está longe existe
Mediante oceanos que nos separam.
Estou sarada…
Não foi preciso qualquer ciência
Para saber que ainda persiste
O pouco do grande sentimento que recebi.
Meus tormentos não acabaram,
A dor permanecerá,
Mas não voltarei a viver o que já vivi
E não acabarei assim…
Por ter saudades do meu lar.

Saturday, March 24, 2007

Timidez... às vezes...



Não tenho nada contra a timidez, pelo contrário até a admiro, pois como é algo que aparentemente não sou nem conseguirei ser, admiro quem possui a capacidade de o ser. No entanto existem vários tipos de timidez, desde a timidez mais exagerada que se pode confundir com problemas de (não) socialização, embora por vezes seja correcta essa associação; até a timidez mais reduzida que cada um de nós possui. Todos somos um pouco tímidos, há certas coisas que não gostamos de mostrar. Não conheço ninguém que seja totalmente open mind e desinibido, é impossível, há sempre algo que queremos esconder ou que preferimos que seja desconhecido. Eu própria sou tímida em relação a algumas coisas (espaço para risos). Mas é verdade, por de trás desta falta de vergonha e desta extroversão toda há coisas só minhas e que gosto que assim continuem. Todos precisamos de um pouco de privacidade, eu não sou diferente, também gosto de ter os meus segredos, embora com este blog revele uma faceta que até aqui tentava manter escondida do público em geral, mas mesmo assim há certos pensamentos que não revelamos a ninguém. A maioria pensa que revelo todos os pensamentos, mas não é verdade, muitas das coisas que digo nem sequer as penso, mas gosto de chocar as pessoas e não vejo nenhum problema em falar em sexo. É por ele que estamos aqui e é uma das melhores coisas da vida. Porquê não falar abertamente sobre ele? A única diferença entre mim e a maioria das pessoas é que eu digo a maior parte das coisas que penso e os outros só pensam. Não tenho nada contra a timidez, aliás até há alguns tipos de timidez que gosto bastante, porque dão sempre aquele ar de mistério; agora não percebo é porque algumas pessoas que de timidez e bom senso têm pouco se fazem de envergonhadas e repreendem a atitude de quem não o é. Não peço compreensão, pois gosto de viver num mundo imperfeito e de me sentir incompreendida, aliás é essa a minha inspiração. Apenas quero que as pessoas se libertem de preconceitos e abram os olhos para a realidade. Isto não serve só para as pessoas tímidas, pois conheço pessoas tímidas que são têm mentes muito abertas tal como conheço o contrário. Mas que raio digo eu? Afinal nós somos todos tímidos e excentricidade não é sinónimo de liberalismo, tal como timidez não é sinónimo de conservadorismo. Portanto gosto de pessoas tímidas e de pessoas excêntricas, gosto das pessoas não por aquilo que elas aparentam ser mas por aquilo que pensam e são na realidade.

Saturday, March 17, 2007

Tirania do Tempo

Não tenho tempo para escrever
Nem sequer para pensar,
Os condicionalismos temporais
Não me deixam expandir
O meu ego social,
Apenas me impedem de viver,
Desviam-me do que é crucial.
Sinto falta de o meu espírito elevar
Para além dos condicionalismos humanos,
Experiências surreais,
Ouvir uma melodia eloquente,
Chorar, gritar, gemer, sorrir,
Uma noite envolta em lençóis calorosos,
Sussurros profundos que me deixam sem falar…
Mas não há tempo…
A sociedade e seu ritmo consequente
Impõem diariamente uma grande restrição,
Movimentos, mentalidades, respiração, pulsação,
Tudo coordenado num “timing” perfeito.
O próprio tempo rege o tempo e assim sucessivamente,
Cada minuto é agressivamente planeado,
Cada hora, cada dia, cada momento,
Tudo perfeitamente calendarizado,
Numa sociedade tão democrática
Além de ditadores de nós próprios, somos comandados pela cronologia.
Escravos do Big Ben e do super ego
Ignoram o que qualquer um vê, até mesmo um cego
À teórica liberdade é difícil pô-la em prática
Depois de experiências e momentos tão gloriosos
O mundo vazio, desfeito.
À medida que adiamos o inevitável passam anos,
Ninguém se apercebe da tirania
Temporal que impusemos neste mundo.
Não há espaço para respirar
E não é preciso nenhuma tese de Sociologia
Para comprová-lo, pois todos nos sentimos amarrados
Como num oceano bem fundo,
Prestes a sufocar,
Sentimos a vida a escapar-nos
Assim como a água a entrar nos pulmões.
Somos apenas bonecos cronometrados,
Como se alguém quisesse testar-nos.
Somos o que somos porque fazemos o que fazemos
E queremos saber até onde conseguimos ir.
Somos mais ingénuos do que o julgamos ser.
Seremos nós capazes de fazer o tempo sucumbir,
De dar lugar às nossas emoções?
Não sei se somos nem se o seremos,
E provavelmente não estarei cá para ver.
Apenas sei que sou eu que faço o meu próprio tempo
Ninguém me agenda, ninguém me regula.
Eu sou mestre, liberdade e censura.
Sou o próprio Carpe Diem, a ânsia de respirar,
A dor causada pela incapacidade
De absorver tudo o que o mundo contém.
O tempo não condiciona a minha criatividade
Porque a capacidade de o dominar, sou eu quem a detém.
Os pêndulos não me incomodam,
Não me impedem de criar,
Meus poemas são minhas ideias que os moldam.
Eu aproveito o tempo!
E vocês, quando começam a sentir o momento?

I miss home, but where is my home?



Cada vez que volto a casa sinto-me invadida por uma estranha onda de melancolia. Nas três horas de viagem perco-me nas paisagens verdejantes das encostas do Douro e quando dou por mim estou fora do meu próprio alcance, perdida em sonhos, correndo em vales e montes verdejantes, andando sobre o rio tal como um profeta, envolta em melodias elficas e em contos sobre tempos longinquos. No fundo, sinto falta do ar puro, sinto falta de mim. Necessito da melancolia que me avassalava desde meu tempo de criança. Nasci no mundo dos sonhos, lá cresci e sempre vivi, até ser dsperta por uma rotina frenética que não e despensa nem mesmo um segundo, para sonhar e voltar ao meu mundo. Sou como uma fada que perdeu as asas e não sabe andar, como poderei voltar para casa se não sei voar? Perco-me nestes pensamentos de ilusão, durmo acordada e sonho com o lar que ainda não descobri. Sinto-me bem nas casas que tenho mas não me sinto a mim... não sei que quero nem sei quem sou... este estado de sonho e ilusão permanente deixa-me perdida entre tantos pensamentos. As paisagens verdes prologam-se dentro de mim, cobrem a minha alma e o meu ser sem fim... De repente acordo do sonho, chego a casa, àquele lugar coberto de ar puro, aconchegante, protegido de tudo o que é horrível, mas mesmo assim continuo a sonhar com aquelas sensações indescritíveis que toda a viagem desperta em mim. Acho que aquilo que tenho é vontade de viajar, é vontade de conhecer, de estar sozinha, de ser eu mesma. De qualquer das maneiras eu gosto de sonhar, e admito que gosto de ser consumida pela rotina frenética e poluente das cidades. A informação, o consumo, a monumentalidade dos edifícios, a mistura de nacionalidades, a excessiva oferta de actividade, as ruas cheias de história, os cheiros característicos, os estilos futuristas, o rio tão perto de casa, as saídas, a noite iluminada, o deserto das ruas no domingo à noite... enfim, o Porto. Estou assim dividida, tal como Cesário Verde, entre o Campo e a Cidade, mas qual dos dois escolher? Tecnologia ou simplicidade? Industrialização ou ar puro? Stress ou calmia? Escolho os dois, cada um a seu tempo...

Pessoas Falsas...



Detesto pessoas falsas! São a escumalha mais reles que se encontra na sociedade (parece que vivemos numa sociedade bastante reles), e porquê? Bem, porque são tudo aquilo que eu despreso: são cobardes, são futeis, são mentirosos, são pessoas que se importam com as aparências e com o status quo, são seres mesquinhos e desprezivéis... são tudo aquilo que eu não quero ser. O que eu não percebo nestas pessoas é porque não têm coragem de admitir aquilo que são e de defender aquilo que verdadeiramente pensam. Quando eu não gosto de alguém eu evito falar com essa pessoa e não ando sempre com sorrisinhos cínicos e com uma pose de "somos amiguinhos(as), gosto muito de ti". É muito mais admirável alguém que admite aquilo que sente e que não receia ser incompreendido pelo seu grupo ou até mesmo pela sociedade, isto quando as escolhas e/ou pensamentos têm uma difusão maior. Eu admiro as pessoas que admitem que não gostam de mim (perante mim mesma e não perante terceiros, iss para mim é igual a zero e não deixa de mostrar cobardia), pois tiveram a coragem de admiti-lo e de sofrer as consequências, não que eu fosse bater-lhes (às vezes bem que me apetecia), pois respeito a opinião e a maneira de ser/estar dos outros, muitas vezes como nunca me respeitaram; mas cada caso é um caso e não podemos dexar que as nossas vivências passadas afectem as nossas futuras. Estou aqui com um discrso à vítima e à Madre Teresa de Calcutá, mas isso é porque acordei bem disposta e com a minha auto-estima acima do níveis normais, pois se fosse noutro dia estaria a fazer um ultimato às pessoas falsas e a falar em esfaquear alguém...

Para concluir gostava que uma vez na vida as pessoas falsas se revelassem ao mundo para mostrar a sua verdadeira natureza; teriamos muitas surpresas e provavelmente muitas mais Guerras Mundiais. Se serem falsos vos ajuda a serem mais felizes, têm o meu apoio, desde que não se colem a mim e não me intormetam nas suas tramas pessoais. Eu sou como sou e não vou mudar. Sou feliz assim, para alegria de muitos e para o azar de muitos mais. Seguir aquilo que defendemos e sermos como queremos NÃO É SER BAIXO NÍVEL, descer baixo é mentirmos a nós próprios e aos outros todos os dias da nossa vida, apenas para manter a pose e a popularidade. "A verdade vem sempre ao de cima", contudo, boa sorte para quem usa uma máscara...

Friday, March 9, 2007

The Beginning...



Tudo começa aqui... o início de um pseudo-diário, de um confidente, de uma maneira de me fazer ouvir... enfim, conhecerem-me melhor do que aquilo que eu desejava. Podem pensar que gosto de dar nas vistas (e gosto mesmo) mas o certo é que continuo uma caixinha de surpresas que apenas se abre para os mais privilegiados que juram solenemente não revelar os mistérios que encerro. Ok, isto já parece um texto do Senhor dos Anéis, só falta dizer que a salaçao do mundo está nas minhas mãos e que esta pode ser ameaçada por várias craturas nojentas e despreziveis, como o Gollum e os Ocres. Mas não, lamento informar mas não sou o Frodo. Apenas sou uma pessoa comum que expõem a parte mais divertida e descontraida de si e esconde a mais sonhadora, a mais emotiva, receando revelar as suas fraquezas. Neste blog vou escrever textos que goste e com me identifique, embora lamente informar que não vou escrever sobre a minha vida privada. Ohhhhh!!!! Para me conhecer verdadeiramente é preciso bem mais que ler o meu blog... isto como se alguem me quisesse conhecer verdadeiramente, mas deixem-me sonhar. Entre tantos devaneios não escrevo nada de interessante, redijo apenas um texto abstracto... Deve ser da fome (está na hora de jantar). Me voy... see you soon bloggers (or maybe not)!