Saturday, March 17, 2007

I miss home, but where is my home?



Cada vez que volto a casa sinto-me invadida por uma estranha onda de melancolia. Nas três horas de viagem perco-me nas paisagens verdejantes das encostas do Douro e quando dou por mim estou fora do meu próprio alcance, perdida em sonhos, correndo em vales e montes verdejantes, andando sobre o rio tal como um profeta, envolta em melodias elficas e em contos sobre tempos longinquos. No fundo, sinto falta do ar puro, sinto falta de mim. Necessito da melancolia que me avassalava desde meu tempo de criança. Nasci no mundo dos sonhos, lá cresci e sempre vivi, até ser dsperta por uma rotina frenética que não e despensa nem mesmo um segundo, para sonhar e voltar ao meu mundo. Sou como uma fada que perdeu as asas e não sabe andar, como poderei voltar para casa se não sei voar? Perco-me nestes pensamentos de ilusão, durmo acordada e sonho com o lar que ainda não descobri. Sinto-me bem nas casas que tenho mas não me sinto a mim... não sei que quero nem sei quem sou... este estado de sonho e ilusão permanente deixa-me perdida entre tantos pensamentos. As paisagens verdes prologam-se dentro de mim, cobrem a minha alma e o meu ser sem fim... De repente acordo do sonho, chego a casa, àquele lugar coberto de ar puro, aconchegante, protegido de tudo o que é horrível, mas mesmo assim continuo a sonhar com aquelas sensações indescritíveis que toda a viagem desperta em mim. Acho que aquilo que tenho é vontade de viajar, é vontade de conhecer, de estar sozinha, de ser eu mesma. De qualquer das maneiras eu gosto de sonhar, e admito que gosto de ser consumida pela rotina frenética e poluente das cidades. A informação, o consumo, a monumentalidade dos edifícios, a mistura de nacionalidades, a excessiva oferta de actividade, as ruas cheias de história, os cheiros característicos, os estilos futuristas, o rio tão perto de casa, as saídas, a noite iluminada, o deserto das ruas no domingo à noite... enfim, o Porto. Estou assim dividida, tal como Cesário Verde, entre o Campo e a Cidade, mas qual dos dois escolher? Tecnologia ou simplicidade? Industrialização ou ar puro? Stress ou calmia? Escolho os dois, cada um a seu tempo...

2 comments:

UnfinishedSong said...

A viagem... :) Também adoro a viagem. É o tempo em que nos perdemos no que vemos e nos encontramos em cada esquina, em cada rua que visitamos :) Não te conhecia tão poética ;) bj*

Jerry

Magui said...

axu k é o meu post preferido.Talvez por tb viver as mesmas sensações!!!akelas horas d viagem são dolorosas.Adams sempre com as malas d um lado para o outro, sempre a pensar onde realmente pertenço...a estar num sítio e desejar estar no outro ou em lugar nenhum!!!talvez como tu, a querer viajar, conhecer o mundo...pk o k temos nc é suficiente!!!!;)