
Nada dura para sempre... Tudo é efémero, momentâneo, finito, corruptível... Uma frase tem de ter um ponto final, uma inspiração acaba com a expiração, o nascimento perde o sentido após a morte, uma amizade, um amor, uma emoção acabam por desaparecer ou simplesmente por se quebrarem. Tudo é finito, tudo pertence a um ciclo de vivências que se repete a cada nanosegundo, isto claro sem nos apercebermos. Talvez a única coisa infinita seja esse ciclo, pois acontece constantemente desde o ínicio da existência. No entanto, esse ciclo renova-se, ou seja, deixa de ser o mesmo, logo podemos considerar que cada ciclo em si é finito. O que surge posteriormente é um novo ciclo, diferente. A própria diferença justifica a finitude das coisas. Uma vida acaba, surge uma nova mas não é a mesma. Uma amizade acaba, faz-se outra mas não é a mesma. É impossível reviver o passado, por isso é que há medida que o tempo passa as coisas mudam, deparamo-nos com novas situações, ao mesmo tempo que umas acabam outras começam. Estamos em constante mutação, acompanhamos a evolução temporal, tentamos ganhar tempo ao tempo, tal como a terra tenta ganhar terreno ao mar, mas a sucessão dos acontecimentos é inalterável. Podemos manipular o tempo, mas não podemos tornar algo infinito. Dizem que as coisas finitas são as que dão mais prazer, mas o próprio prazer é efémero. Estamos assim destinados a um ciclo infinito de finitudes. Perdas, ganhos, desilusões, ilusões, descobertas, segredos, novidades, mitos, lágrimas, sorrisos, infelicidades, felicidades, ódio, amor, tudo, nada...temos de viver com eles. Perante uma perda, há que substituí-la e seguir em frente, mas nada de ilusões, porque tudo o que tem um início tem um fim, nem que seja a morte. O que importa é que aconteceu...